Wednesday, November 18, 2009

Sultanato de Omã

A seleção brasileira teve um jogo amistoso esta semana contra o Sultanato de Omã.

A maioria do pessoal da empresa que estava na mesma mesa nem sabia onde é que ficava Omã. Deve ser algum país da África, disseram.

Eu sabia pouco, mas por causa de meu interesse nas descobertas portuguesas, sabia que Omã ficava em uma locação estratégica na península arábica e tinha sido conquistada pelos navegadores portugueses em seu caminho para às Índias.

A capital, Mascate, foi controlada pelos portugueses por 150 anos. A palavra 'Mascate' em português até hoje é sinônimo de mercador. Ao contrário dos outros povos árabes nômades, em Mascate tivemos uma civilização sedentária baseada no comércio. É uma cidade bastante antiga.

Posteriormente o Sultanato de Omã expulsou os portugueses e passou a tomar outros territórios portugueses na África, como Zanzibar e Moçambique. Passaram a controlar o comércio nesta região, até serem novamente derrubados pelos Britânicos.

Ou seja, Brasil e Omã tem laços históricos em comum que a maioria das pessoas nem imagina.

Hoje, também ao contrário do que pensa a maioria dos brasileiros, Omã é um país rico.

Omã possui um vizinho extremamente pobre. O Iêmem, que possui várias semelhanças com Omã mas que tomou um rumo completamente distinto do vizinho. A economia de Omã era baseada na coleta de pérolas, atividade que entrou em colapso por causa da competição com pérolas cultivadas nos anos 40.

Mas aí entraram na equação os recursos naturais. Assim como em outros países da região, a descoberta de gás e petróleo mudou completamente os prospectos econômicos.

O Sultanato, surpreendentemente, conseguiu impor-se à todas as turbulências políticas que foram afetando outros países da região, como o vizinho Iêmen. O Iêmen foi dividido por ideologias da guerra-fria. Nacionalismo, Socialismo.

Enquanto isso, em Omã e em outros países prósperos no oriente médio, vemos o controle político na mão de monarcas. Surpreendentemente para a nossa cultura ocidental, estes regimes conjugam monarquia e prosperidade econômica, extremamente favorecida pela presença de recursos naturais.

Consideramos a monarquia como um sistema político ultrapassado. E enquanto isso, estes monarcas acumulam bilhões de dólares, bancam projetos de desenvolvimento gigantescos, gerenciam fundos de investimentos enormes, e assumem participações em grandes empresas na Europa. São definitivamente 'major players', tanto na esfera política quanto econômica.

Wednesday, November 4, 2009

Crise econômica considerada superada no Brasil


Muitos no Brasil consideram a crise até como algo já superado. Já outros, vêem o problema sendo varrido para baixo do tapete, com a atitude de bancos centrais inflacionando e 'empurrando com a barriga' para ver se o problema desaparece uns anos mais para a frente... O Brasil só havia participado da farra do crédito bem no finalzinho, e estamos agora em um contra-ciclo, onde os juros ainda podem ser pilotados para baixo, gerando muitas distorções futuras por causa da falta de poupança do país, mas gerando uma euforia no curto prazo. Se eles se atiram do precipício do expansionismo monetário, porque não nós? Esta é a mentalidade dos políticos e de parte da opinião pública. Esse desejo aparentemente só é mantido em cheque pelo trauma, ainda recente, do convívio com a hiperinflação.

Muito aconteceu nos últimos meses. Muitas injustiças, muitas cabeças que deveriam ser cortadas e foram salvas por intervenção estatal. Fortunas foram destruídas ou mudaram de mão. Seria interessante fazer um balanço, tanto para as pessoas e para seus planos pessoais, quanto para o futuro da ciência econômica, que saiu bastante desgastada deste 'reality check' fornecido pela crise. Apenas alguns economistas 'excêntricos' enxergaram nuvens negras no horizonte.

Mudou alguma coisa depois da crise? Teorias baseadas em livre-mercado saíram desgastadas? Veremos um retorno a um Neo-Keynesianismo? É possível conjugar livre-mercado com intervenção monetária? Há pouco tempo seria impensável imaginar que as instituições bancárias americanas e européias fossem estatizadas. Seriam bancos instituições de mercado?

Há um grande desconhecimento sobre a questão da moeda, sistema bancário, sistema monetário, taxa de juros. Vemos discussões feitas sobre estes temas por pessoas com discursos inflamados, muitas vezes beirando o nível das discussões futebolísticas. Mas poucos realmente entendem estes temas, bastante obscurecidos pelo linguajar de especialistas.

Eu estive em um dos centros da crise, pois morei na Irlanda no período do boom, com forte redução da taxa de juros para próximo de zero. Isto causou no pequeno país um tsunami, principalmente no setor imobiliário, que observei bem de perto.

Esta experiência me levou muito próximo da escola austríaca, que possui uma ótima explicação sobre o ciclo de expansão monetária e suas consequências.

Cuba é considerada 'democracia' pelo governo brasileiro




Cuba, obviamente, está muito longe de ser uma democracia, mesmo esta democracia falha, que apesar de apresentar problemas, ainda é dos sistemas de governo o menos pior. Cuba é considerada democracia apenas pelo seu governo e seus aliados ideológicos.

O governo Lula é companheiro de viagem da ideologia bolivariana, e possui em Cuba um modelo. Não é um modelo que possa ser conseguido no Brasil de uma hora para a outra, mas quem sabe, depois de cooptarem os pensantes, os grandes empresários, os órgãos da imprensa, e destruírem um ou outro grupo que se recusar a sair da frente. Estes grupos todos são apenas tolerados momentaneamente pelo Planalto.

Uma minoria poderá reclamar, mas eles serão soterrados, pelo argumento da 'vontade das massas', temporariamente sob os encantos de algum líder. Grupos sedentos de poder sempre usaram argumentos democráticos para cercear o núcleo de valores individuais essenciais, que aparentemente apenas uns poucos dão algum valor.

Quando a maioria vê o erro que cometeu, o regime entra em uma 'fase cubana' onde até mesmo a vontade da maioria pode ser solenemente ignorada. A persistência de regimes como Cuba, Coréia do Norte e Zimbábue mostra o quanto um regime inadmissível pode ser mantido na base da opressão.

O mundo já passou por isso uma vez, com resutados catastróficos, e infelizmente a AL está passando por isso novamente. Mas isso tudo depende do desenrolar econômico. Apesar de todas as tentativas do poder político em manipular mercados, estes sempre acabam por reagir de maneira súbita e incontrolável. Isto introduz incerteza. Pode tanto catapultar um movimento político ao poder irrestrito, quanto destruí-lo.

Brigar com o mercado é como discutir com o vento. Mas é por trazer esse caos intolerável resultante das decisões econômicas de bilhões de pessoas é que o mercado é demonizado por aspirantes a tiranos.

Thursday, October 8, 2009

Nothing I can say right now.

I have been working in secret for the last months and I will come back to this as I start to have some results.

In the meantime, please visit my wife's blog